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A Violência Sexual Infantil

A violência sexual infantil é um tema bem difícil de ser abordado. Isto acontece porque além de ser uma realidade triste e difícil de lidar, também temos a tendência a acreditar que não é grande o número de crianças que sofrem esta violência. Porém, segundo dados da Abrapia – Associação Brasileira de Proteção à Infância e Adolescência, no Brasil, cerca 165 crianças ou adolescentes sofrem algum tipo de abuso por dia. Estes números são muito altos, e nos mostram que este é um tema recorrente, o que infelizmente também podemos observar em nossa vivência terapêutica.

Precisamos ter em mente que o abusador não tem um perfil específico, ele independe de sexo, condição social ou religião. O abusador pode ser qualquer um, e na maioria dos casos é alguém próximo da família, como um prestador de serviços, ou um parente. Por isto, é importante que pais e responsáveis estejam sempre atentos aos sinais. Mudanças bruscas no comportamento do filho, aparentemente sem motivo, como muita tristeza e melancolia, desinteresse, perda de apetite, brincadeiras erotizadas, ou então um comportamento agressivo com os familiares ou na escola, podem ser alguns sinais importantes. Os pais devem sempre estar atentos às pessoas que se relacionam com o filho, e ao que o filho diz sobre eles. Lembrem-se, em caso de suspeita, muitos pais não dão crédito aos filhos por acreditarem que estão mentindo ou fantasiando, porém, pesquisas mostram que em apenas 6% dos casos as alegações das crianças não são verdadeiras, ou seja, ouça atentamente o que o seu filho tem a dizer. Sinais físicos também são passíveis de observação, nas roupas e corpo da criança.

Como a Psicoterapia pode ajudar nestes casos?

De diferentes maneiras, segue aqui algumas delas:

– Criando um ambiente acolhedor e seguro para a criança, pois este é um momento extremamente delicado, onde os pais muitas vezes ficam tão abalados que não conseguem prestar este acolhimento ou não sabem como ajudar.

– Desenvolvendo um vínculo de confiança com a criança, que muitas vezes após passar por esta violência, tem suas relações de confiança extremamente abaladas.

– Trabalhando os sintomas que podem surgir, como agressividade, baixa-estima, altos níveis de ansiedade, depressão, entre outros. É extremamente importante que a criança passe por atendimento Psicoterapêutico não apenas para tratar os sintomas presentes, mas também a fim de evitar que tais sintomas e possíveis transtornos apareçam na adolescência e vida adulta.

– No ambiente Psicoterapêutico, a criança tem a oportunidade de ressignificar os fatos, reconstruir a sua história, minimizando ao máximo as consequências nocivas da situação vivida.

Lembrando que não é estritamente necessário que a criança fale com o terapeuta sobre o abuso para que o tratamento seja realizado, trabalhamos com as duas possibilidades.

Se você viveu ou vive esta situação em sua família, saiba como ajudar:

– Acredite na criança, respeite e não a culpabilize.

– Deixe claro para a criança que o que aconteceu foi errado, e não deve se repetir. Caso haja esta possibilidade, ela deve sempre comunicar a você ou algum adulto responsável se estiver em uma situação vulnerável.

-Deixe claro que a culpa não é da criança, evite qualquer pré-julgamento e não brigue com ela.

– Seu filho deve saber que pode confiar em você, deixe isto claro, encorajando o relato e lembrando também que você irá tomar todas as providências (inclusive legais) para protege-lo.

-É um momento de muita dor para a família, porém evite demonstrar sentimentos como medo e vergonha, o que poderá deixar a criança mais angustiada.

A ajuda profissional é sempre bem-vinda, e estamos aqui para auxiliá-lo!

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