O escritor e palestrante Andrew Solomon descreve depressão como “o segredo que todos nós compartilhamos”. Tal descrição revela a abrangência de uma doença que ainda é considerada um tabu em nossa sociedade. Depressão é a principal doença incapacitante do mundo, e o fato é que, em algum momento da vida, todos nós já passamos por ela. Seja um episódio depressivo ocasionado pelo término de um relacionamento, uma demissão inesperada, uma perda repentina, ou uma condição depressiva que se estende por anos sem nunca ter sido discutida ou mesmo notada por aqueles que nos cercam.
Mas afinal, qual a diferença entre tristeza e depressão?
Depressão não é tristeza, depressão é excesso de tristeza. Tristeza é quando uma cerca de ferro fica com um ponto de ferrugem, você lixa e pinta. Depressão é quando você abandona a cerca por 100 anos, e quando retorna, só existe corrosão e pó. A tristeza se torna de fato uma depressão quando assume proporções impeditivas em nossas vidas.
Falta de interesse nas pessoas, no trabalho, dificuldade e angústia para realizar mesmo as tarefas simples do dia a dia, tarefas que a maioria das pessoas parece fazer sem dificuldade. Distorções cognitivas a respeito das pessoas e do interesse e sentimento que estas tem por nós, distorções que levam sempre à uma autopercepção negativa.
Ao contrário do que nós pensamos, o oposto de depressão não é felicidade, o oposto de depressão é vitalidade. E sim, podemos ter uma vida vital mesmo nos dias em que estamos tristes. Para isto, precisamos perder o medo de saber o que é a depressão e enfrentá-la ao invés de fugir. As pessoas que renegam suas experiências, são as mais escravizadas por ela.
Conhecer a fundo a depressão ajuda a lidar com os sintomas, identificar possíveis causas para as crises, prevenir recaídas e definitivamente melhorar a qualidade de vida de quem tem.
